Certamente ele praticaria ambos, pintura e fotografia, poque assim como ele a possui domínio sobre muitas artes da época, hoje ele buscaria o domínio das artes modernas. Ele ficaria impressionado com todas as oportunidades disponíveis, a facilidade de viajar, o maior grau de tolerância e todas as inovações tecnológicas da era digital.
A mentalidade renascentista, no entanto, seria de grande utilidade no século XXI. Se Leonardo da Vinci estivesse vivo hoje, ele provavelmente mudaria de cadernos para blogs (publicando constantemente sobre uma variedade de tópicos diferentes, por puro prazer).
Para explicar o sucesso de Leonardo Da Vinci, a maioria dirá que nos tempos atuais, ele manteria uma mentalidade de polimatia (consciência de buscar múltiplos conhecimento com profundidade), que carrega outros diversos tipos de traços de personalidade como:
Entre outros diversos traços presentes na personalidade de polímatas como descrito pelo cientista Michael Araki em seu artigo: Características dos gênios polímatas e Os 4 comportamentos polímatas.
Todos esses pontos seriam cruciais para Leonardo neste seculo, porem nem tudo será igual. Para seu reconhecimento nos tempos atuais, muitas coisas de suas tomadas de decisões mudariam, porque todos sabemos que o reconhecimento de Leonardo não é dado pela sua produtividade, que hoje é visto como regra para o sucesso.
Para explicar então qual as principais mudanças do novo Leonardo é necessário olhar para os atuais Polímatas vivos.
Como é possível que Elon Musk possa construir 23,7 bilhões de patrimonio a parti de suas empresas até os 40 anos, em quatro campos separados (software, energia, transporte e aeroespacial)?
Ser um polímata de fato não significa fazer todo esse dinheiro, o grande Leonardo não o fez, embora Leonardo também tivesse tido a ambição de ganhar dinheiro como revela suas cartas a potenciais clientes que são quase exageradamente cômicos, falando de habilidades surpreendentes.
A polimatia não garante a riqueza, mas a torna possível. O que ela garante são diferentes noções sobre as coisas, uma mentalidade de inovação e criatividade absurda. Essa mentalidade já cativou milhares, não é atoa que para poucos polímatas da época de Leonardo, hoje existem aos milhares. Então onde entraria o devido destaque do grande gênio?
A visibilidade de alguém hoje em dia é dada a partir de resultados e a auto-divulgação, como conta o livro Mostre seu trabalho, de Austin Kleon.
Leonardo fazia este trabalho mesmo naquela época, porem não era o principal atributo de seu sucesso. Além da auto-divulgação existem algumas dificuldades que antes não existia e que vamos abordar aqui:
Hoje vivemos em tempos de escassa atenção para todos, o destaque esta atrelado a se sobressair aos melhores e não se sobressair sobre a multidão, como antigamente. Porque hoje existem milhares e milhares de polímatas, e isso vem dificultando a muitos artistas serem reconhecidos. O artista é aquele que faz sem manuais ou automação, é aquele que faz de paixão e não se limita apenas ao campo da pintura, ele é de um cozinheiro até um advogado.
Podemos descrever a atenção como uma devida concentração, foco e importância dada a alguém ou objeto. Essa atenção significa apreciar. Não estou dizendo que não existe a atenção hoje, porem ela se dilui em duas coisas; diversas opções e evolução exponencial.
Evolução exponencial pode ser entendida como o mundo VICA (algo que é volátil, incerto, complexo e ambíguo), onde tudo se evolui rapidamente, de formas inusitadas e mais fácil. Isso nos leva a pensar que precisamos ser rápidos, perdendo então a atenção ao apreciar trabalhos e atenção ao nosso próprio trabalho.
Esses são apenas alguns exemplos famosos, de atributos culturais natalinos criados recentemente, que distorcem completamente o tradicional.
As pessoas passam horas olhando o trabalho do vizinho, mesmo com o domínio em sua atividade, elas ainda assim estão sem confiança, um traço que não é atribuído ao polímata.
A melhor maneira para Leonardo viver nesta era é ser um protagonista veemente independente das críticas e saber se adaptar, assim como Charles Darwin e Alfred Wallace previu, “os que se adaptaram, sobreviveram”.
Não se abalando com o trabalho do outros, Leonardo faria o possível para que sua alto-divulgação o retorne lucro, com o foco no resultado. Assim como grandes nomes reconhecidos hoje, Leonardo não seria um recorrente usuário de redes sociais, mas as usaria para ser visto, de forma criativa e diferenciada, passaria uma parte do tempo muito menor apreciando outros trabalhos.
De fato, sua maior preocupação sempre seria o impacto a longo prazo, pois o sucesso o curto prazo para ele significaria reconhecimento também a curto prazo.
Ainda falando de escassez, a cultura das oportunidades escassas é o pensamento em que a maioria das pessoas cultivam a certeza de que as oportunidades se passam, assim como um trem, onde que em algum momento da vida você pega ou não perde. Essa mentalidade é de longe a pior mentalidade descrita por Napoleon Hill em suas Leis do Triunfo.
Certamente para o polímata hoje não basta ser bom, é necessário criar suas oportunidades do zero, e isso significa não depender da sorte. Leonardo conseguiu seu emprego a partir da sua carta para o governador de Milão, Ludovico Sforza, em 1492, este é um exemplo de visão de oportunidade que o atemporal Leonardo possuía. Identificando uma ação, logo buscava a melhor maneira de executa-la.
Em sua auto-divulgação, Leonardo hoje seria um incansável pensador de oportunidades, muito mais que na sua época, tudo de novo aprendido seria uma nova atividade a ser exploradas, contudo, ele teria habilidades para ocupar diversos tipos de cargos diferentes, e caso não seja esse seu objetivo ele criaria o seu próprio negócio.
“Desafio a você a me dizer um dia ensolarado que não houvesse pássaros no céu! As oportunidades são como estes pássaros, o céu sempre esta cheio e você nunca os verá olhando apenas para o chão” - Thiago Lucas
Muitas responsabilidades de Leonardo seriam diferentes, não maiores, mas nem menores, seria apenas diferentes. Da Vinci começou a treinar aos 14 anos de idade com um dos maiores artistas de Florença e praticamente não fazia nada, além disso.
O curioso nos tempos atuais seria visto como “desfocado” por sua diversidade de interesses. Talvez suas cartas orgulhosas nos tempos atuais levasse as pessoas a duvidar e criticar fortemente seu posicionamento profissional. Essa seria uma das grandes dificuldades.
O mundo é grande e embora muitas coisas sejam escassas, as oportunidades são infinitas, e isso nos faz pensar que provavelmente, para navegar em todos seus conhecimentos, Leonardo teria muitos negócios, além de diversos hobbies.
A dica é pensar de forma mais abrangente, incluindo os elementos do tempo e a prêmio psicológico que você realmente deseja na sua equação, com o fim de tentar encaixar cada desafio atual da melhor forma possível levando em conta o seu projeto de vida polímata!
Leia mais sobre o mundo que cobra especialidade e como você pode passar por cima disso.
O último, mas não menos importante, talvez seja o maior problema a vir ser enfrentado por Leonardo em nosso tempo.
A quantidade de informações que existem não significam que são boas informações de fato, são de grande parte, informações recicladas, distorcidas e resumidas, a partir de um campo do conhecimento. Isso é benéfico no sentido de atingir um número maior de pessoas, aumentando então o acesso ao conhecimento, mas para que o polímata atinga sua profundidade no tema é necessário informações completas, próximas de sua fonte de origem, que significa menos recicladas.
Talvez você esteja lendo isso porque é viciado em informações, estamos o tempo inteiro consumindo publicações de redes sociais, escutando e recebendo noticias pagas e sendo bombardeados por campanhas publicitarias, e mesmo que a informação seja um proveitoso artigo, ainda sim existe o risco de qualidade daquela informação não ser desejável.
Obviamente depende do proposito de cada um, não digo qual informação é boa ou ruim, porem certamente Leonardo eliminaria sem pudor, informações que não edificam seu proposito, e ainda iria além, selecionaria muito bem os seus materiais de artigos, por entender que existe muito o que estudar, ele quer saber apenas dos melhores.
Como escreveu Aristóteles sobre a visualização realista de objetos na arte, não importa o quão doloroso é ver: "A razão do prazer em ver a foto é que ao mesmo tempo estamos aprendendo, reunindo o significado das coisas". Mas isso não é a Grécia antiga. Comportamentos e desejos são complicados pelo universo digital que corre simultaneamente ao nosso.
Nossa obsessão pela informação, por querer manter o controle de tudo e de todos, o tempo todo, está enraizada em nosso medo de perder. A ironia é que a obtenção dessas informações não nos ajuda a superar o medo, mas a nutre.
A sobrecarga de informações nos impede de viver espontaneamente e rouba nossa capacidade de agir e decidir, afastando-nos da interação humana que almejamos.
Bom, talvez o seu esforço devesse ser ainda maior nos tempos atuais. Assim como o artista do século XV Previu a radiologia do século XXI, ele preveria o que viria seculos a frente, caso ele conseguisse fazer conexões de conhecimento nesta época assim como fez em seu tempo.
Embora Leonardo tivesse diversos mestres ele não seria um acadêmico que segue alguns padrões, ele certamente desafiaria todo o status quo, selecionaria os melhores estudos apenas.
No passado se necessitava de talentos, hoje é necessário de criadores de oportunidades, mas mesmo que você seja o maior talento da história e tenha trabalhado seu cérebro como ninguém na humanidade, você continua sem impacto se não tiver oportunidades.
A Maestria é uma disputa não apenas técnica, mas também política, principalmente hoje. Para a sobrevivência da lenda em nosso tempo ele necessitaria além de tudo citado aqui, também uma postura de governante. Organizado, sob controle e líder focado. Um Leonardo realmente diferente.
Faça o que precede por mais de um ano e você se tornará mais adaptável do que jamais poderia imaginar. E esta, meu amigo, será sua melhor aposta para prosperar no século XXI.
Você consegue fazer isso!
“A arte da reinvenção será a habilidade mais crítica deste século.” - Yuval Noah Harari
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Meu objetivo em minhas publicações são incentivar o pensar e ajudar a despertar o melhor em nós. Me diga se a polimatia fará parte da sua vida nos comentários abaixo. Obrigado e até aproxima!
