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"O design é o embaixador silencioso do nosso negócio, o mundo. Passamos por rituais e criamos diferentes crenças, que contam como é o Design."
Eu concordo com o espírito por trás da introdução do design acessível, mas acredito que o conceito nunca funciona por completo. A razão pela qual frequentemente falamos em acessibilidade no design é que realmente precisamos chegar nas pessoas que precisam do nosso trabalho. A ideia é que, essencialmente, você sabendo que pessoas virão de diferentes formas, você busca conseguir atender uma demanda de diferentes percepções.
Na minha opinião, a acessibilidade começa antes do website, das vias publicas e cadeiras reguladoras. Tudo isso funcionar e atender quem deveria atender não é mais que obrigação, isso é design funcional, e isso é tudo, não só cadeiras reguladoras. Desenvolvemos coisas e levamos um tempo pra nos mesmos entender sobre aquilo, e esperamos que os outros entendam facilmente e não temos paciência nem para explicar para nossa própria mãe sobre design. Como esperamos educar as pessoas para o uso, se nem conseguimos ser claros em explicar algo sobre design? Não é tão complicado quanto parece, e entendo o por que é evitado falar sobre design para quem não é da área. Estudamos saúde, finanças e outros para nossa vida. Mas fora da nossa área poucos entendem design além da estética. Não precisa estar perfeito, e nem ser as palavras magicas. As pessoas só querem entender o que esta sendo feito e o porquê, eis o seu design acessível.
Essa imagem é um bolo do meu aniversario, onde minha mãe organizou uma festa, provavelmente você já notou que design esta escrito errado, sim, era para ser design, mas este não é o assunto, foi um erro da confeiteira, e me fez refletir sobre uma coisa. Mesmo que estivesse escrito corretamente, não diminuiria o fato de minhã mãe não entender nem o básico sobre design. Tudo bem que estamos falando dos níveis de maturidade do design, e isso me fez perceber, que esse primeiro nível de entendimento de design como solução visual, atrapalha significativamente a valorização de trabalhos. Uma vez que os únicos que buscam evoluir esse entendimento são designers. Esse pensamento me fez dedicar 20 minutos explicando sobre design para minha mãe, de forma engajada, sem aulas, folhas, termos, apenas passeando por coisas em nossa volta.
"Comunicação não é o que você diz, é o que os outros entendem."
Ela é um caso comum de pessoas que não entendem as coisas porque as coisas não estão tão entendíveis quanto poderia. O surpreendente resultado foi levar esse entendimento para ela, chame isso de acessibilidade também. Não acredito que o design deva ser silencioso coisa alguma, acredito em design entendível... acessível de verdade. Faz pensar que estou dizendo para introduzir mini-manuais em todo design,... Não mesmo. Muito pelo contrario, se o produto precisa de um manual significa que já esta quebrado. E isso não significa que não precise ser dito nada sobre ele. Eu não dei uma aula chata e metódica para minha mãe, eu contei apenas o quanto isso faz parte da vida dela, sem mesmo que ela perceba. Tudo por si só foi captado, e para que funcione a acessibilidade, o entendimento precisa ser acessível também. Comum, articulado e é claro, agradável.
Abordei experiência com interações, ergonomia, função e todo o design emocional de forma tão prática quanto essa imagem. E ela percebeu... que agora esta vendo o mundo com outros olhos.
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Estou muito contente em tê-lo aqui, espero poder ajudar em outros artigos também, por que não mantemos contato?
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