A vida costumava ser muita mais simples. Quando estamos crescendo recebemos brinquedos que logo viraram materiais didáticos, tudo isso para nós aparentemente era agradavelmente despreocupante e inocente. Tínhamos uma breve ideia de o porque escolher certas coisas e abandonar outras. Mas por que mudamos a reação?
Agora, escolher 1 significa que você está perdendo 20. Estamos condicionados a prestar atenção apenas em nossas perdas. Como se estivéssemos de castigo em casa, tentando imaginar como estaria sendo a festa na casa do nosso melhor amigo.
Isso pode ser explicado de uma forma muito simples, mas só pode ser compreendido de verdade em uma forma profunda e complexa, como vai ser apresentado ao longo de mais artigos. A forma simples é que somos biologicamente preocupados de natureza, e nossa evolução proporcionou isso ao usar a imaginação para idealizar tudo que ainda não tem, ou acreditar que nunca vai ter.
Quanto mais ideias e escolhas em nossa disposição, mas paralisado vai ser a escolha, e quando escolhido vai acontecer o sofrimento de achar que talvez a outra opção também poderia ter sido um ótimo caminho. Com tantas opções, o que foi selecionado não deveria ter sido perfeito? Existem inúmeras descobertas de pesquisas que confirmam essa reação humana em vários cenários.
Isso não está apenas impregnado na sua escolha de café da manhã, mas o paradoxo da escolha também ocorre em uma escala muito maior, com caminhos completamente diferentes que você pode seguir em sua vida. Por exemplo, dado quem você é, sua educação e sua experiência de trabalho, você pode pensar que a decisão da carreira A vs. B não deve ser esmagadora. Cada passo que você deu na vida afunilou você mais e mais em uma escada clara para subir, não é?
Mas a realidade é que isso está longe da verdade. As opções proliferam quanto mais tempo você vive, mais você aprende, mais habilidades você adquire, e mais consciente você se torna de quão grande é o mundo de oportunidades.
Existem diversos fatores que interagem entre-si, que fazem com que isso aconteça, e o ponto em comum entre eles são o nosso apego. Somos apegados ao nosso tempo ao ponto que quando fazemos uma escolha de carreira, por exemplo. Acreditamos que é uma escolha para toda a vida e que é irreversível. Se não fazemos isso consciente acontece inconsciente, comparamos nosso tempo com a de outros e tentamos ser velozes e sem erros. Este apego ao benefício rápido e a ingratidão do que lhe dá vida hoje nos torna ansiosos e tristes.
Precisamos entender que mesmo aos 60 anos de idade, temos o poder suficiente para conseguir mudar tudo que quisermos, e que ainda aos 65 a ideia pode ser mudada, sem problemas.
O simples ato de acreditar que esta única escolha vai definir muita coisa em sua vida gera impensáveis consequências, mesmo diante de boas opções, você esta acabando de fabricar a possibilidade de um futuro arrependimento, ao colocar tamanha responsabilidade de uma vida inteira em apenas uma escolha de alguns segundos.
A vida experiencial propõe que você mude, e não existe problema algum, ou então não mude, e entenda que além de 1, existem incontáveis bons caminhos também. Não é nada útil um planejamento de jornada para toda a vida. E mesmo que você faça, use lápis.
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Estou muito contente em tê lo aqui, espero poder ajudar em outros artigos também. Meu objetivo em minhas publicações são incentivar o pensar e ajudar a despertar o melhor em nós.